
Vagão da Serra - Hospedagem de Apartamento Temático

Que história é essa?
Por mais que tu, leitor assíduo e curioso se surpreenda com a própria raça humana, deve-se lembrar que a literatura traz consigo retratos detalhados minuciosamente das misérias e injúrias, sofridas e impostas por seus semelhantes. Em todo caso, não leve a mal tais palavras grosseiras, apenas se apresenta neste texto uma das histórias que comprovam a profundidade do rancor humano. Começamos do princípio, como estivemos fazendo em todas as demais histórias. Um trem, um desses meios de transporte desenvolvidos pelos seres humanos e que sempre tem por fim duas possibilidades após seu desembarque: viver uma aventura ou conhecer uma ainda maior.
E como costuma ser, estes vapores nos mostram as histórias que estão por vir muito antes de vivê-las, em seu próprio trajeto. Lockwood, já observava o clima hostil e amargo com uma ponta de cansaço. Pois aquela região de York, naquela época, era úmida, fria, pantanosa, com uma insalubridade que atingia desde os pulmões até o próprio temperamento das pessoas que ali viviam.
De todas as paisagens que estes textos lhe apresentaram até agora, leitor, essa talvez seja a mais apática, pois o céu que se via pelas janelas daquele vapor, não tinha cor alguma. Era uma região vazia, as pradarias que Lockwood avistava eram de um verde doente, como dos que ali viveram um dia. O pântano, com a pouca vegetação que residia naquela região, era mórbido e asqueroso como a frieza e a tristeza que residiam na casa dos Earshaw, cenário principal da história a ser apresentada. E como qualquer pessoa que fosse criada naquela casa, ou por lá permanecesse tempo demais, o Morro dos ventos uivantes era frio e não acolhia ninguém.
Desta vez, o destino que este trem levava alguém não era tão feliz, nem tão afortunado quanto estás acostumado, leitor, contudo, prometo-te que até na mais angustiante das histórias, pode-se descobrir algo ou nela entreter-se.
